Silêncio Algures, aquém e além das palavras
O
silêncio na comunicação e na prática psicanalítica e psicoterapêutica
Beatriz Horta Correia. Branco Silêncio (desenho) 2011
Isabel Botelho Psicóloga, MFaPA e MFaPP Email:isabelmbotelho@netcabo.pt Julho de 2011 1
Introdução O silêncio está presente em toda a comunicação. Esta é atravessada por ele, pontuada por ele. O que não equivale a dizer que o tenhamos adequadamente em consideração, sendo que, muitas das vezes, até hipervalorizamos, as trocas
…show more content…
E este branco silêncio faz-‐nos transportar para a aparente leveza que resulta do cruzamento de diversos conteúdos, destilados e não-‐ditos, ao mesmo tempo que nos remete para as possibilidades de interpretação de uma situação hiper-‐carregada, mas contida ou incriptada (que reRlecte aquilo que não absorve, e absorve aquilo que não reRlecte). O branco”soa como um silêncio, um nada antes de qualquer começo” diz Kandinski. Mas também associo o silêncio ao preto, que representa a ausência de luz para a Rísica, uma não-‐cor que toda a luz, todas as cores, absorve e nenhuma reRlecte, estancando a criatividade cromática. A ausência da palavra dita pode envolver também a ausência consciente da palavra pensada, num inaudível ruído de conteúdos inacessíveis, num babélico